Hungria

Budapeste, a suntuosa do Danúbio.
Depois de 10 dias sem arroz e feijão, a coisa começa a ficar preta. Minha esperança era achar em Budapeste um restaurante espano que pudesse oferecer algo do estilo. No shopping center da cidade, os restaurantes só oferecem filet de peixe frito (frio e sem sal), acompanhado de batata frita fria e preta.... Barraco com a atendente:  devolva o dinheiro!!!!! No outro local, antes de eu pedir a minha ordem, um Londrino devolve o prato e diz que esta ruim. Imagine!!! Sem comentários, Macdonalds! Tentei ir a um supermercado para comprar algo e fazer no aparthotel. Pasmen: no supermercado, nem carne se vende. Duas bananas embrulhadas custam EUR$2. Me lembro das bananas que apodrecem semanalmente la em casa. Já ganharia um jantar de graça aqui em Buda. Mas vamos em frente.
Chegando a Hungria você já nota um toque de terceiro mundo: na ferrovia, homens e mulheres te atormentam oferecendo de taxi a quartos em casas – tudo do mesmo jeito que acontece na rodoviária do Rio. Feche os bolsos, proteja o dinheiro. Perigo! Afora da estação, homens bebados discutem, e um, em particular, briga com sua mulher também alcoolizada. Uma doidera. Aqui na capital da Hungria, o metrô e os bondes já não vão a todos os locais da cidade com tanta facilidade. Nem o inglês é falado com tanta desenvoltura. Já há quese ficar esperarando o ônibus no ponto, ou mesmo andar no frio de 6 graus abaixo de zero. O hotel que escolhi, infelizmente fora do circuito do rio Danúbio, exigiu 7 ou 8 quadras a pé todos os dias. Uma caminhada que seria sofrida, não fosse o que se desprendia aos olhos nús a cada passo dado nesta cidade. O predio do Parlamento, o maior que já vi em minha vida, é provavelmente o monumento mais suntuoso de Budapeste. By the way, Budapeste deveria ser escrita separada: Buda Peste. Buda é uma cidade construida na colina, enquanto a planicia fica a cargo de Peste. Dai a combinação. A catedral de Santo Estevão, que eu nem sabia que existia esse santo, tem o interior mais bonito de uma catedral ou basílica que se pode ter noticias. Foi a mais bela que já ví, em todo mundo. Para completar a beleza das pinturas do teto e das paredes, e também os candelabros que deixavam os do Fantasma da Ópera nos pés, um toque extra com a apresentação de um concerto de Ave Marias no qual pude participar na minha primeira noite em Budapeste. Viver é isso mesmo: vamos colecionando emoções. Esta, indescritível! Isso em Peste!
Do outro lado do Danúbio, Buda em beleza, exibe suas colinas e o bairro do castelo. Lá, realmente não há o que não se ver: as construções suntuosas ao lado dos pequenos prédios medievais são realmente uma coisa de louco. Da ponte se pode fotografar imagens lindas das duas cidades. As ruinas da igreja de Maria Madalena, as portas medievais, e o próprio Castelo de Buda: tudo é magnífico. O Palácio de Budavar é algo especial. Seu interior acomoda vários museus que valem a pena ver... inclusive o que o museu oferece ao seu redor, como a Fonte de Matias, o Palácio Sandor, e a mais bela Praça da Santissima Trindade.
Bom, pra terminar o segundo dia, escolhemos um programa surreal. Budapeste foi dominada pelos Otomanos (Turcos), num passado que não vem ao caso. Durante nossa visita ao Parque da Cidade, que abriga algumas das mais belas construçoes da cidade, como a Parça dos Heróis (imperdivel), o Castelo Vajdahunyad, o Museu de Belas Artes, e a Galeria das Artes, nós descobrimos que uma das principais heranças deixadas pelos Turcos aos Hungaros foram os banhos Turcos, com vários espalhados pela cidade. Gente, vocês não imaginam... nós resolvemos ir ao que ficava no parque. Vou tentar descrever. Imaginem uma praia (10 piscinas aquecidas a 35 graus), a céu aberto (com temperatura de -7º C), e uma multidão de velhos, velhas, gente de todos os lugares, inclusive Brasileiros... todos se deliciando no complexo formado por piscinas de várias temperaturas, saunas, etc etc. O pior: não tinhamos levado toalhas ou sabonetes. Quando acabamos (imagina a correria da piscina aberta pra entrar de volta no prédio), fomos tomar banho. Aqui, como num clube, eles não tem sabonetes ou toalhas para oferecer aos seus usuários. Ao custo de $15, nós não tinhamos como tomar banho sem sabonete, e nem como nos secar sem toalha. Eu então resolví sair oferecendo $4 euros aos velhinhos para ver quem poderia vender seu sabonete usado. Acreditem, ninguém quis. Eles provavelmente nem mesmo entenderam meu inglês.  Descobrimos então que, na pia da recepção, havia um recipiente com sabão liquido. Sem dúvida nenhuma, seguimos até lá e nos lambuzamos de sabão líquido por todo corpo. Quem olhava não acreditava! Após o banho, seguimos para o secador de cabelo. Ele foi nossa toalha! Todo mundo secandoi cabelo e os Brasileiros passando o secador no suvaco, no cabelo, no vão das pernas. Ora, não tinhamos como sair molhados na temperatura abaixo de zero.
Enfim se vocês forem, se planejem! Ah, esqueci de mencionar: a Gerdaux é uma confeitaria que, como a colombo, do Rio antigo, tem cada coisa de enlouquecer. Vale a pena a visita. Mas assim mesmo, deixamos Budapeste com fome! Voamos da Wizz Air, a Gol deles, para Milano! Próximo posting! Aguardem!