Itália

A Itália é um pedaço do Brasil. Já no aeroporto de Budapeste, embarcando no vôo da Wizzair, você começa ouvir uma turma do barulho, bagunçada, reclamando alto, etc. Já são os Italianos mesmo antes do avião pousar em Milão.
O vôo ia de Budapeste a Milano-Bergamo. A passagem custou $18 euros. Bergamo é uma cidadezinha linda, 40 minutos a...o norte de Milão. A gente reclama tanto dos nossos aeroportos, mas o de Cuiabá dá de 100 a zero no aeroporto de Milano-Bergamo. Uma vergonha: não tem internet nem mesmo no restaurante, que oferece coca cola a $5 euros a lata. Mas vamos lá, é Italia, e ao menos temos uma paisagen linda: o aeroporto fica aos pés das montanhas dos alpes Swisso-Italiano, com neve ao topo.
O reteiro pra quem quer fazer uma Itália completa em 10 dias foi o seguinte: Milão, Parma, Modena, Bolonha, Veneza, Florença, Siena e Roma. Infelizmente não tenho tempo pra conhecer Piza e nem Perugia. Essas, junto a Tourino, Genova e Verona, ficarão pra próxima vez.
A chegada a Milão foi com o mini carro que aluguei: um Fiat (na Italia se vê sim alguns carros que não são da Fiat, tá?!), preto, que cabe 4 pessoas (se apertando). Só cabe uma mala grande.
Milano é uma cidade grande, tanto quanto São Paulo, mas com muito do Rio de Janeiro. Algumas áreas são muito parecidas com o Flamengo, Catete, etc. Praças redondas e avenidas arborizadas. Temperatura around zero grau. O hotel que escolhi é muito bom: The Hub. Mas fica numa área industrial, 10 minutos fora do centro. Mas não tenho que pagar os $25 euros de estacionamento por noite, que me custaria num hotel no centro. Na verdade, me arrependi um pouco de alugar carro. O trem não é confortável, mas você despreocupa de tudo, dorme a bordo, e pode se locomover em alta velocidade, mais ou menos 180 Km por hora. O jantar em Milão é num restaurante chamado Tratoria Pomodori – sensacional! O molho de tomate daqui é inacreditavelmente melhor que o nosso. E tudo é temperado com pomodori. Vale a pena. Ao lado do restaurante, o frio não assuta e nem proíbe provarmos um sorvete Milanês. Mil vezes melhor que o Parmalate mundial. Finalmente coca cola gelada na Italia, depois de 10 dias tomando a mesma a temperatura ambiente. Que horrror!


Parma
 Talvez por ser a primeira parada neste país, pós Milano, Parma foi de enlouquecer. Paramos no  centro turístico da cidade, cercado de bodegas de comidinhas Italianas por todo lado. Vocês não tem ideia: pizzas de todos os tipos, chocolates de todas as formas e gostos e presuntos de mais de 100 variedades. E mais: alguns chocolates daqui não se acha nem nos USA. Leite puro. Algo que não dá pra eu descrever em poucas palavras. Entro numa dessas patisserias e peço duas pizzas. O molho de tomate daqui não existe, maravilhoso. O relógio bate meio dia e meia. Eu decido sair pra provar as pizzas de outros locais. Aqui temos a primeira surpresa com a Itália: de meio dia às 15 hrs, tudo fecha. A tal da Ciesta. Inacreditável!!! Tudo fecha! Não se tem como comprar nada, a não ser que você entre em uma das poucas portinhas chamadas conveninências, que são lojinhas com todo tipo de máquinas de vendas: refrigerantes, salgadinhos, cigarros, etc etc. Outra coisa: o carro não entra no centro turístico. Estacionar é difícil, e custa $2,50 euros a hora. Prepare o bolso. Eu deveria ter viajado com uma mala de tamanho médio e com quatro rodas. Assim, ela iria atraz de mim aonde quer que eu fosse. Ou eu poderia pagar um locker na estação ferroviária e seguir a pé. Mas beleza, vamos emfrente. Em Parma já se tem uma ideia de como a Igreja Católica manda na Itália. Aqui tem mais igrejas que restaurantes. Cada esquina tem uma. Igreja de todo tipo, com cúpulas, sem cúpula, de tijolinho aparente, etc. A catedral daqui não é nem de perto algo comparado ao que você pode ver outras cidades como Florença ou Veneza. O batisterio, logo na frente, é simplismente maravilhoso. Mas nada como andar pelo centro de Parma, com suas ruazinhas, iluminadas pelos lampiões de mais de séculos, e suas construções medievais. O prédio da Galeria Nacional é uma ruina no começo do centro turístico que impressiona pelo tamanho.
Quando a ciesta começa, então é hora de partir.

Modena:
Essa cidade já era especial mesmo antes de eu chegar. Aqui viveu minha grande amiga Nanata, Carmem Renata, de Cuiabá. Eu me lembro dela falando de Modena, quando eu era pequeno, programando viagens ao Brasil enquanto estudando e vivendo aqui na Itália. Por isso, eu tinha programado encontrar com a família dela que ainda mora aqui. Sua mãe, filha de Gastão Muller, influente personalidade de MT, senador da República, se mudou pra cá ainda na década de 70. Seu esposo, Giovanni, esteve em Cuiabá em 1975, pedindo a mão da Cuiabana. Com ele, ela teve um filho, Leonardo, que hoje, já com 33 anos, é um importante ator de musicais da Broadway aqui na Itália.
Cheguei a cidade as 15 horas. Mesmo antes de ir ao hotel, comecei a visita pelo centro histórico da cidade. Aqui, a arquitetura já é de menor escala, nesta cidade de 160 mil habitantes. Entro em um restaurante para comer algo, e, ao sair, não acho as chaves do carro. Me estressei tanto, pois seria uma dor de cabeça conseguir fazer cópia da chave que necessita aprovação da concessionária Fiat. Tinha deixado no banheiro, em cima do armário. Ufa! Sigo para o hotel, Idea, um antigo Holiday Inn, na área de Fiera Milano (by the way, Fiera, na Europa, é um nome para a área de convenções de uma cidade). O hotel tem estacionamento incluido, mas para se chegar até aqui, é como se você estivesse hospedado num labirinto há 20 minutos do centro da cidade. E nada especial com o hotel – simplesmente simples.
A noite, Nira Muller me oferece um jantar com direito a conversas sobre a antiga vida de Cuiabá. Aqui, durante toda a noite, conversamos sobre as familias Vieira e Muller, seus personagens, a antiga vida na Rua Campo Grande e Igreja da Boa Morte. Tudo com muito glamour. Para brindar, um vinho da Sardenha – na verdade, o melhor vinho que já tomei. Leve!
Ao sair, após eu ter falado sobre a maravilha que é o molho de tomate na Itália, sou presenteado com uma garrafa de molho para pizza, pela anfitriã da casa! Não poderia ter sido uma noite mais agradável! Lembranças do passado distante.
Próxima parada: VENEZA!!!

Veneza!!!!
Veneza não é o que falam sobre ela. É tudo isso e muito mais! É encantadora, envolvente (envolvedora eu queria dizer) e surpreendente. Quando eu planejei a viagem, disseram que o carro chegaria só até a cidadezinha mais perto no continente. Well, os sinais dizem Veneza todo o tempo, você os segue, e, a partir de um momento X, eles passam a mostrar 3 desenhos, um de um carrinho, o sinal de mais, e o desenho de um barco. Ou seja, “estacione aqui e pegue o barco pra Veneza”. Super simples, ao custo de $10 euros por pessoa, mais $13 euros o carro por cada 24 horas. O barco é uma espécie de catamaran antigo, com mesinhas e banquinhos para umas 25 pessoas. Sai a cada 1 hora em cada direção.
Na minha cabeça, Veneza era uma ponta de terra cortada por vários canais, assim como Recife. Errado. É uma ilha (longe do continente 25 minutos de barco), cortada por vários canais. A Água que desliza abaixo do catamaran é verde mel, de forma que, mesmo com 5 graus de temperatura, você fica querendo se jogar dentro dela. A idéia que se tem é que a água é uma água suja, podre, parada, fedentina. Mas no fundo não é: a água é salgada e de um verde impressionante!
No que o barco foi se aproximando, eu esperava ver uma ilha como Itaparica, na Bahia, com casinhas baixas bonitinhas, e a praça com a torre. Quando primeiro pudemos avistar o que seria Veneza, o que os olhos viam era uma cidade grande, inacreditavelmente construída, com prédios de 4 a 5 andares, em cores pastéis, formando uma paisagem de sonho e incredulidade.
Ao desenbarcar, começamos a andar em busca de San Marco, a praça e bairro onde nosso hotel ficava. A cada esquina percorrida por entre os inúmeros bequinhos, lotadas de gondolas pretas e seus moços-pilotos vestidos de preto com chapéu com fita vermelha, surgiam igrejas de todos os tipos, com cúpulas tão suntuosas que mal dava pra se compreender como foram parar alí. Era como se estivessemos andando em Ouro Preto, mas, ao invés de ruas, becos de paralelepípedos cortados por pequenos rios de água verde. E mais uma igreja, e mais outra Catedral. Assim, chegamos ao Starhotel Esplendid, um hotel credenciado a Summit. Meu medo maior, durante toda a viagem, era o hotel de Veneza. As fotos de quase todos os hotéis que eu ví em Veneza eram de propriedades velhas, mostrando uma humidade que só de pensar me fazia espirrar. Pois pasmem: foi o melhor hotel de toda a viagem. Um café da manhã sensacional, servido numa área central do prédio, coberta por vidros – ao luz do sol, portanto.  À uma quadra da praça de São Marcos, o hotel estava envolto a becos lotados de restaurantes e guloseimas que davam água na boca todo o dia. A praça em sí é muito legal, mas não é só a Basílica e o Palácio de Doge que impressionam. O melhor do paraíso é sair andando pelos becos onde turistas não passam, virando esquininhas de metro por metro que dão de cara com igrejas de 150 metros de altura, com esculturas que fazem arrepiar a qualquer pessoa que curte ou não arte. As pessoas que eu tinha conversado, inclusive alguns amigos arquitetos, tinham me dito que Veneza era passeio para meio dia. Acho que em meio dia você pode ver o centro turistico, mas com certeza, o que ajuda a nos encantar mais ainda, é percorrer as ruazinhas por onde mora a população, vivendo o dia-dia da cidade. Isso sim é algo diferente, fora do normal, onde as roupas estendidas em varais, fora dos prédios, nos dão a sensação certa de que estamos na Itália. A ponte do suspiro não me fez nem cossigas: pequena e erguida, quase desaparece.
Sobre o dia-dia da ilha, é importante notar que, nas áreas turísticas, se tem, na verdade, um grande shopping center a céu aberto. Todas as grandes marcas presentes: Valentino, Versace, Prada, Gucci, Louis Viton, entre outros. Aliás, vidros de Murano (um passeio que acabei não fazendo), toalhas de rendas (acreditem, mais bonitas e baratas que as Brasileiras) e jóias (os Judeus daqui vendem cada uma de fazer babar), estão por todas as partes. Todas as entregas de mercadorias são feitas de barquinhos, pelos riozinhos, em horários alternativos: você é acordado as vezes, de manhã, por barquinhos entrando no seu canal – isso se você tiver a sorte, como eu tive, de ser upgraded to a canal view room! Pelo Grande Canal, principal avenida fluvial de Veneza, avista-se grandes navios de embarcações como MSC e Royal Caribbean.
Ao final, o que impressiona em Veneza é exatamente o fato de se poder ver a capacidade humana renascentista de construir um império suntuoso em uma ilha. Ficaram algumas perguntas sem respostas. Primeiro, quando defecamos em Veneza, pra onde vão as fezes? Há um cheiro no ar que implica que os Venezianos jogam tudo de resto nas águas verdes por baixo das gondolas... mas confesso que nada boiou enquanto estive por lá. Outra coisa: não ví cemitério na ilha. Dai a pergunta: pra onde vão os corpos passados em Veneza? Como a internet é uma fonte de discussão (vide o que esta acontecendo no Egito), fica aqui o forum aberto. Alguém se atreve?

Florença
Antes de eu comentar sobre Florença, deixa eu dizer que Bolonha foi uma decepção, e, por isso, resolvemos não parar.
Em Florença, se você não estiver muito bem informado sobre a cidade e estiver dirigindo, terá problemas. Eu não tinha a menor noção do que iria achar nesta cidade, e nem tinha ideia que seria aqui o primeiro estresse dos 17 dias de viagem. Quando começamos a nos aproximar do centro da cidade, eu comecei a notar uma placa que dizia, em Italiano, que naquela área só circulava carros com permissão. Mas quando fui pedir informações sobre o hotel que eu tinha comprado, fui informado que eu poderia sim ir de carro até o hotel, e que a recepção se encarregaria de passar as informações as autoridades responsáveis, de forma que eu não fosse multado. Eu então segui a diante- ordem dada, executada! Mal eu sabia que o meu hotel estava na melhor e mais dificil localização do centro histórico. Ao passar pela Catedral de Firenze, nos becos adiante, chegou um ponto que eu me ví numa ruazinha que só passaria o fiatzinho meu, sem niguém ao lado. E eu estava envolto a turistas do mundo inteiro: quase eu atropelo um Japa sem noção perdido alí no meio, sem ver que eu estava mais sem noção do que fazer do que ele mesmo. Ai foi só gritaria a la Italiana, gente gritando que não podia entrar, outros gritando cuidado aos pedestres... um estresse só. Mas juro, era um beco de 2 metros de largura, que dava em uma pracinha de 5X5. Se um carro viesse do hotel, em sentido contrário, teríamos que dar ré entre as paredes que renteavam o meu carrinho. Já cheguei a recepção querendo ir embora dalí. Mas o cortês recepcionista me acalmou, e recebeu super bem.
O Hotel era é um Summit, 5 estrelas, que provavelmente não tinha recebido porvas antes de mim. Burleneschi. Alí tinha sido a primeira prisão de mulheres, e a torre do hotel mantém as características originais do prédio até hoje. Ao fim desse bequinho, a cúpula da Catedral da cidade, de Santa Maria da Flores, formava um contrate que assustava! Foi o exterior de catedral mais bonita que se viu na Itália. Só viria a perder para a de Sienna, que realmente deslumbra. Pelo Campanário da Santa Maria, nota-se uma influência Otomada, com os mesmos tipos de desenhos em pedraria como eu ví nas Mosques de Istambul. Waw, que localização a nossa: nada poderia ser melhor! A noite, uma porção de tratorias alegram o ambiente. Nada como as tratorias do Brasil, que me dizem, servem o que se serve em Nápoli. Sardela e alichella aqui não existem. Ofereceram uma coisa chamada polpepomodori (ou algo assim), mas nem tive coragem de provar. Tão comum ai no Brasil... e dizem que é Italiano. Acho que o Brasileiro adapta tudo, sabia! Em frente a Catedral, o prédio do batistério encanta o turista e oferece a chamada porta do paraíso, uma de suas 3 portas, obra de Ghilberty (este não deve ser parente de Tia Maria Adelia Sucena, ai de Cuaibá – depois vou perguntar pra ela). O mais engraçado era que, lá nessa porta, nós encontramos uma perua Brasileira vestida com uma calça de couro colada no corpo, bota preta, pele no pescoço, etc etc, (sem noção) dependurando-se na grade da porta, fazendo fotos, como se estivesse num daqueles postes dos queijos de boites de sexo. Quem sabe ela levou a brincadeira da porta a sério (ahahahahah), e estava tentando entrar de qualquer jeito, mesmo que fosse atentando o povo do batistério ou mesmo a São Pedro ! Eh, coitada! Ainda mais agora em tempos que o Berlusconi anda pagando puta Brasileira e ta pra perder mandato por conta disso! Ele disse que é melhor ser pego pagando puta jóvem (de 16 anos) do que ser viado! Ahahahah, tadinho! Não sei como ele não vai preso. A Itália é mesmo como no Brasil, ninguém de cima cai. Aqui no Brasil pode tudo, e nada acontece com quem está no governo. Eu nem duvidaria se um dia uma Sapa fosse eleita pra Presidente do Brasil. Aqui basta ser amigo do Rei que você consegue tudo... mas isso não vem ao caso, andiemo!
O local que mais impressiona em Florença é a praça da Senhoria. Trata-se de uma praça com o tal do Palácio Velho, um tipo de castelo de tijolinho com torres de relógio, e que, aos lados, tem um tipo de museu a céu aberto. A fonte de Netuno exibe uma fonte (não é fontinha, como temos na praça da República ai do Brasil, estamos falando de fontes redondas, com estátuas em tamanhos reais) com estátuas que realmente impressionam. Na frente do Palácio, a réplica da estátua do David, de Miguel Angelo, nos leva de volta aos livros de história que eu tanto detestava. Ao lado direito, realmente algo que valeu toda a viagem: o Portico dos Lansquenetes, uma espécie de galeria de arte aberta, com um monte de escultura que nos deixam embasbacados pela qualidade do trabalho. As roupas, com tecidos molhados ou com movimento do tecido ao vento, são esculpidas de forma tão real que a gente pensa que foi moldado! Vale a viagem! Agora, não posso deixar de fazer um comentário maldoso. Em toda Itália, por todo lugar que vemos esculturas, é engraçado reparar que sempre as pessoas estão envoltas a crianças, ou com pessoas de cabeças grandes (em relação ao corpo), e sempre há sacanagem na coisa. Eles estão sempre nús, todos se encostando e roçando: parece bacanal. Aí, me disseram que as crianças são anjos, e que anjos são assexuados. Well, eu devo dizer que todos esses anjinhos esculpidos aqui tem pinto – mesmo que um pintinho esculpido de forma artistica, dando voltinhas ao vento. Sei lá, estranho. Acho que os artistas eram meio promiscuos. Ou já eram do estilo Berlusconni, que gostam de criancinhas. Sei lá!
A Galeria dos Oficios reúne prédios com uma seleção de pinturas maravilhosas. A ponte velha é algo sem igual: uma ponte que, em sua total extensão, tem casinhas construidas que funcionam como shopping center. Vale a pena conferir. Ao lado da Galeria dos Oficios está o mercado novo, que de novo nada tem, mas que é lindo . É como se fosse um arch de Triumph, mas, maior e com um mercado de pulgas embaixo. Há muitos outros passeios, igrejas, catedrais, mercado municipal, Palácio Medicis, Galeria da Academia (imperdível, mas que eu perdí), entre outros. Mas, seja o que for que você escolher para visitar, não deixe de passar o final de tarde no parque do Forte Belvedere. Trata-sede uma das muitas colinas que cercam Firenze, de onde, do topo do morro, da praça Michelangelo, você tem a mais bela vista da cidade. O pôr do Sol daqui é simplismente único. Há vários outros prédio aqui em cima que valem a visita, mas tudo tem a ver com igreja, e tem tumbas (catatumbas)... e infelizmente eu detesto ficar vendo essas coisas. Para jantar, repeti o mesmo restaurante nas 3 noites, em frente a catedral da cidade. A lazanha (e o preço) era imbatível, e o medo de errar muito grande. Mas lembre-se: pasta (como eles chamam a massa) aqui é só entrada. Por isso é barata e vem em pequenas porções. Eu pedia 2, e os garçons olham como se você estivesse bebado. Outra coisa: os buffets daqui são piores dos que os que eu comi em Poconé, 30 anos atrás. São 10 pratos com milho, batata cozida, tomate temperado, alcaparra e alcachofra. Isso eu vi no correspondente ao Porcão daqui. Eles acham o máximo. Aahahahah, por ai você pode imaginar o que eles sentem quando vão ao Brasil jantar no Marios ou Porcão. Aliás, o Brasil vai virar uma potência pela fartura de comida. Tirando os USA não sei de outro lugar que se come tão bem e fartamente! Viva o Brasil! To sonhando com o Mesticinho quarta feira no jantar. Em compensação, as chocolaterias e sorveterias, deixam as nossas pra trás. Os chocolates vendidos nos postos de gasolina, especialmente um que vem embrulhado numa embalagem de papel pardo, grampeado nas laterais, são de matar. Nunca comi nada igual!
Siena!
Siena tinha sido indicação da querida amiga Italo-Brasileira, Nanata. Portanto, indicação de uma local nunca pode passar em branco. A cidade fica entre Firenze e Roma, sendo meio que uma parada obrigatória para quem viaja entre as duas cidades. A cidade tem um centro histórico pequeno, mas o mais medieval de todos. Mais becos com construções medievais, e mais tijolinhos aparentes. Igrejas, praças, a catedral – por sinal linda, toda de mármore – realmente algo incrível, que você pode visitar em meio dia. Para parar o carro, há uma fortaleza na entrada que você paga por hora. Custa mais ou menos 8 euros para 5 horas. Os restaurantezinhos de pizzas e gulozeimas Italianas estão por toda parte, custam por volta de EUR$3,50 o pedaço, e, de novo, você comerá um molho de tomate que só tem aqui. A praça central é o que tem de mais legal – é linda, tem uma fonte estilo da de Trevi, e cafés, como os Parisienses, que, no verão devem ser uma maravilha. Quem tem muito tempo para a viagem na Itália pode planejar uma noite aqui, e jantar num desses cafés. É bastante romântico.
Por ser uma cidade medieval, é muito diferente da nossa realidade. Por isso, só de se passar umas 5 horas andando por aqui, você já terá agradecido a Deus por te dar essa oportunidade única! Dá-le Siena!

Roma
A expectativa para com Roma era grande. Todos sempre disseram que é a mais importante cidade da Itália, e que, para se conhecer, necessitamos de pelo menos 5 dias completos. Bom, eu não tinha os 5 dias, mas sim 3 noites e 3 dias completos, já que a chegada foi numa noite de sábado, e a saída numa tarde de terça feira. Portanto, tudo tinha que ser muito bem planejado pra não ter erro.
O erro aliás foi na escolha do hotel. Eu tenho que contar essa história imperdível...
Eu tinha procurado, no site da Hotels.com, por um flat em Roma, de forma que, se eu tivesse cansado da comida, eu pudesse cozinhar algo no apartamento. Acabei achando um hotel (listado como flat, era uma guest house e eu nem notei), ao lado da Via Veneto. Fiz a reserva. Chegando a Roma, numa noite de sábado, fui direto a Via Veneto, sabendo que o hotel estaria numa esquina da famosa rua de Roma. Via Sardegna 55. No endereço, um prédio com pinta de abandonado e uma porta de 5 metros de altura feita de madeira preta. Eu pensei que estivesse anotado o endereço errado, pois não havia nenhum sinal de nada em relação a existência de um hotel alí. Pergunto nos restaurantes da vizinhança e ninguém conhece. Tentei o número 155 da rua, quem sabe tivesse não percebido o 1 na frente do 55. Nada! Volto ao 55 e por fim resolvo olhar nas campainhas pra ver se alguma tinha o nome do hotel: o apartamento 19 é listado como Residenza Borghese, o mesmo nome do hotel que eu reservei. Aperto a campainha, e, exatamente como naqueles filmes de terror, onde a gente critica dizendo que só mesmo em filme alguém abre a porta sem dizer ou perguntar nada, a porta, com um barulho infernal, começa a se abrir, vagarosamente. Olho pelo vão da porta e não vejo ninguém. A essa altura, já me dá um frio na espinha (eu morro de medo de dormir sozinho no escuro). Me sinto no próprio filme e terror. Uma segunda porta de ferro aparece, no corredor escuro. Outra campaínha na parede ao lado. Aperto mais uma vez e a outra se abre. A porta da rua começa a se fechar, como se eu tivesse 3 segundos pra resolver se ficaria ou sairia correndo dalí. Eu fico, pois, se não voltar, os outros amigos estão lá na rua. Entro pelo corredor meio escuro com lojas fechadas. De novo não há sinais indicando hotel ou recepção. Vejo um elevador antigo, daqueles com portinha pra você fechar e que se move a 1 Km por hora. Aperto o primeiro andar. Desço e não vejo nada, a não ser várias portas fechadas e sem nenhum aviso sobre nada. Vou ao segundo, terceiro, quarto andar. Que diabo de hotel é esse? Teria eu caído numa armadilha? Paguei por algo que não existe? Terei eu que dividir um quarto com alguém que não conheço? Volto ao terreo e aperto a campainha novamente. A porta de abre de novo, mas, ao invés de entrar, eu aperto novamente e pergunto o que fazer. Uma voz soa exatamente como nos filmes de terror, e eu sou informado que devo proceder ao segundo elevador, no final do corredor. Que diabos esta acontecendo? E se fosse o hotel reservado para minha filha ou sobrinha com uma amiga, como elas fariam? Com certeza, muita gente já teria ido embora, a esta altura. Mas eu sou bravo e prossigo até o segundo andar pelo elevador dos fundos. Sou atendido por uma Japonesinha sem noção (Japa no-notion, como a chamamos). Ela começa a falar sem parar, dentro de um cubiculo que ela chama de recepção. Digo a ela que estou assustado e peço que ela me mostre o quarto reservado. Ela então me leva ao primeiro andar do mesmo prédio. A porta que deveria ser de um apartamento se abre para uma porção de outras portas, num sinal claro de que o partamento teria sido dividido em diversos quartos de hotel. Quartos aliás que eram exatamente iguais ao que eu tinha reservado, supostamente num hotel 4 estrelas. Bom, a essa altura não havia como eu desistir. Eles tinham meu cartão de creðito e cobrariam a diária. Cansados, resolvemos ficar. O quarto está com o aquecedor ligado e a temperatuda interior é de 40 graus. Abro a janela para refrescar, afinal, lá fora a temperatura é de 9 graus. No vão central onde dava a minha janela, ouço brigas e discussões dos vizinhos. A noite toda isso soaria como uma música – daquelas altas, que atrapalha a gente dormir. A cama deve ter sido comprada por $15 euros, proporcionando um conforto a mesma altura. O café da manhã é composto de croissants e geleia, além de café. Mais nada! Não há sucos, queijo ou presunto. Nada de bolo! Bom, pra fazer uma história longa mais curta, quando eu tento perguntar se tinha como ficar até uma da tarde, a Japa informa que não seria possível, pois, o check out é as 10 da manhã  - e não meio dia como é de prache em todos os hoteis. Conclusão – tivemos de fazer check out as 5:30 da manhã, horário que saímos para o Vaticano. Mas isso já é o final da história, portanto, deixa-me voltar ao início.
 Roma, definitivamente, não é melhor que Veneza. Nem mais charmosa que Siena. Nem tem restaurantes mais gostosos que Parma. Mas Roma é como se você entrasse no seu livro de história da 5ª série. É inacreditável! Pra não haver erro na programação, compramos um passe de dois dias no Chiao Roma, um ônibus hop-in-hop-out que te mostra todos os pontos turisticos mais importantes da cidade. Aliás, recomendo que os que forem comprar esse tipo de serviço não comprem o da Chiao Roma, pois é bastante popular nos hotéis (devem pagar uma boa comissão aos hoteliers) e ao final é mais cheio, menos confortável (não tem cobertura no segundo andar), e mais porva (o fone de ouvido não funciona direito) que os outros da cidade. Portanto, vá até o ponto onde eles param e compre de outra empresa. Assim que o ônibus começa a andar, você começa a ter a impressão que a cidade esta em obras,com colunas  e restos de concretos jogados por todos lados. Santa ignorância. Esses restos são na verdades ruinas. Espalhados por toda cidade, cada praça, cada canteiro tem ruinas de algum tipo. Quando o ônibus se aproxima do coliseu e aquela imensidão de construção te leva de volta aos livros de história, aí você entende da magnitude da cidade. Eu tenho vontade de descer ali mas sou comedido pelos colegas que pedem paciência até o final do tour, de forma que possamos escolher o que queremos visitar.
Nossa primeira parada é o Palácio. Inacreditavelmente imponente. As opiniões divergem sobre se esta construção é ou não mais imponente que o Parlamento de Budapeste. De qualquer maneira, o de Roma de arte que não tem no de Peste. Portanto, acho que ganha. O museu de dentro impressiona mais ainda pela escultura dos cavalos. Como eles colocaram isso lá dentro? Seguimos para o Forum Romano, logo ao lado. O forum, ao contrário do que eu lembrava dos livros, não tem nada a ver com forum de direito ai do Brasil, por exemplo. O lugar era uma mini cidade onde tudo de importante da cidade Romana acontecia lá. Na verdade é uma coleção de ruinas, descobertas mais tarde, anos depois de ter sido tudo enterrado por tragédias como terremotos e incêndios. Portanto tudo esta pela metade, ou menos da metade. O Arco de Tito e o Arco de constantino são algo similar ao Arco de Triunfo. Ao lado do palácio, a igreja de XXX lembra a igreja da Penha do Rio, com sua escadaria de tirar o fôlego. Ao lado, o Palácio de XXX, idealizado por Miguel Angelo, abriga a prefeitura da cidade. As esculturas são fantásticas. Aliás, do fundo desse prédio, você tem uma vista maravilhosa do Foro.
O Coliseo é uma viagem. Não tem muito o que se falar, mas informo que o local é aberto para visitação em seu interior. Você anda quase tudo por $14 euros. O tour gravado é pago a parte. O Teatro de Marcelo também mostra, através de suas ruinas, que as arenas realmente inspiraram os grandes teatros e sport venues dos dias atuais.
No segundo dia,  começamos pela praça de Espanha. Não tem muito o que fazer lá, pelo menos no inverno, a não ser olhar as vitrines que dão de 10 nas da famosa Via Veneto. O grande barato da visita a Roma foi a Fontana de Trevi. A vida toda eu ouvi falar dessa fonte, mas eu achava que era algo normal, singular. Simplesmente de tirar o fôlego. As esculturas são de babar. A fonte de água límpida. Indescritível! Seguimos para a Praça de Augusto (não perca tempo aqui). Valeu pela exposição de Chagal logo ao lado! Mais a frente chegamos a Praça Navona: aqui, nos deparamos com a embaixada do Brasil, que consiste em dois dos prédios que consome quase todo um lado da praça. 3 fontes que ficam ao centro da praça impressionam, mas nada nem perto da Trevi. Cruzamos a ponte a partir dalí e vamos até o Castelo de Marcelo. Uma foto na frente, e nada mais. A partir dai, seguimos para o Pantheon. Aqui sim, você perde mais tempo. O prédio, religioso, ao contrário do que eu pensava, tem o centro da cúpula aberta. Se você olhar no meio do prédio verá que vários buraquinhos dão vazão a água que cai do teto. Aos poucos, reafirmo o que já aprendi na vida: o mais importante do que fazer, é divulgar. Em toda Itália você vai notar que ha outros artistas com mais obras (e tão boas quanto) as de Miguel Angelo, mas nenhum com nome tão conhecido. Tudo uprm marketing em cima do mesmo.
Assim fechamos o segundo dia. Voltamos a pensão da rua Sardegna para mais uma noite sofrida.
O terceiro dia tinha sido reservado para o Vaticano. Muita gente tinha dito que nós deveríamos chegar as 6 da manhã , pra não enfrentar as filas quilométricas. Aliás, Roma é um parque da Disney: filas, vendinhas, comidinhas, guiazinhos, etc. Excursões por toda parte. Nós acordamos as 5:30 da manhã, tomamos o metrô, paramos a 3 quadras do museu do Vaticano, na estação Otávio. Andamos até a Basílica de São Pedro, primeira parada. Entrada gratuita. Imaginem, a basílica é formada por umas 10 capelas – agora, cada capela é como se fosse uma igrejinha, fica um padre rezando missa e um monte de fiel em volta. Várias missinhas ao mesmo tempo. É linda – tudo! As esculturas são inacreditáveis. O teto é maravilhoso. Mas nada, nada mesmo é mais lindo do que a Pieta. Verdade, não é tietagem. Aliás as esculturas daqui são de você duvidar que tenham sido esculpidas. Parace que foi feita de molde, e que eles estão alí dentro congelado no mármore. Os detalhes nos tecidos das roupas, parecem de verdade. Minusciosamente moldado a perfeição.
Bom, saindo da basílica, você tem de comprar um ingresso para o museu (que na verdade são vários, uma vez que trata-se de um milhão de galerias com todo tipo de arte possível de se imaginar) e a famosa capela Sistina. Agora a pegadinha da coisa. Nós fomos os segundo da fila, as 7:30 da manhã. O Guarda informou que o museu abria as 9 da manhã. MAS, para aqueles que foram a internet e reservaram seus ingressos (EUR $15 da entrada mais EUR$4 da reserva), o museu abre as 8 horas. Portanto, as 8 damanhã, ônibus e mais ônibus começaram a despencar  milhares de japonesinhos com suas câmeras milhonárias que entraram na nossa frente, sem ficar na fila. Tinham me cobrado EUR$60 por pessoa para buscarem e levarem no Vaticano, sem ter que ficar na fila, mas não há nada especial, é só mesmo entrar no site e reservar. Entramos as 9 em ponto, e seguimos direto para a Sistina, pois não queríamos que estivesse lotada. Que viagem: TODAS as pinturas aqui são tridimencionais. Eu não acreditava naquilo. Os guias explicando em todas as linguas que as pinturas não tinham relevo. Não dá pra crer. A pintura dos santos dão a impressão de saírem da parede – suas pernas ficam quase que ao vento.  A cortina dá a impressão de ser de verdade – mas é só uma pintura bem feita. Indescritível! Saimos dalí e percorremos o museu, rapidamente. Não dá pra ser muito minuscioso – olhar tudo de pertinho ouvindo o tour guiado, obra por obra, dando play em todas as obras numeradas uma a uma. É muita coisa. A foto que tirei no Vaticano foi num corredor que une os presentes dados aos papas diversos. O teto desse corredor é inacreditavelmente desenhado – parece em relevo, mas não é. As salas de Rafael unem várias pinturas do artista, e você não pode perder, pois estudamos essas pinturas na nossa adolescência.
Enfim, isso tudo é Roma. A assim, termina a jornada! Espero que tenham gostado de acompanhar os postings. Em breve divulgarei o blog onde postarei tudo, com fotos uma a uma.
Arriverdeche!